topo↑

Sobre sentir medo

Algumas pessoas tem facilidade em lidar com o medo. Outras simplesmente fingem e afirmam não ter medo de nada. Eu não faço parte de nenhum desses dois grupos. Sou uma medrosa assumida, e sinceramente não me envergonho em admitir isso.
Mas Priih, medo de quê? Bem, eu poderia listar não apenas um, mas vários medos. De não conseguir enfrentar os outros; de não saber me impor e falar a minha real opinião sobre algo; de envelhecer e ficar sozinha; de não conseguir me formar; de não conseguir ser boa o suficiente na minha profissão; de desistir dos meus objetivos; de nunca conseguir andar de carro, de perder aqueles que amo, ou de ser esquecida por algum deles. Tudo isso (e inúmeras outras coisas) me afrontam, e sei que são meus pontos fracos. Talvez se eu os tivesse enfrentado alguma vez, poderia ter me saído melhor em situações passadas.

Entretanto, pessoas podem provocar medos também. Foi ano passado, por volta da meia noite. Era sábado e eu estava usando o computador como agora, meu irmão encontrava-se na sala vendo TV, e minha mãe dormia. Ventava muito. Ouvi o nosso portão de casa ranger de leve, mas pensei que fosse o vento, por isso não dei importância. Minutos depois ouvi alguém bater forte na porta. Gelei no mesmo instante. Desconfiada, abri a porta da sala e chamei meu irmão, disse a ele que tinha alguém querendo entrar. Ele me olhou com ironia, obviamente pensando que era brincadeira. No entanto ele percebeu a minha expressão de medo e foi ver o que era. Batiam mais forte, agora parecia mais de uma pessoa e berravam palavrões.
Em frente a cozinha há a porta de entrada da casa, e ao lado dela há a lavanderia. Sou péssima para explicar, mas espero que consigam visualizar mentalmente. Enfim, quando o meu irmão ia espiar pela janela da lavanderia para ver quem era, já havia um homem na janela apontando uma arma para ele. Ele ficou desesperado e correu para segurar a porta, estavam quase quebrando-a. Vendo que não daria certo, me levou para sala, trancou a porta e em seguida fomos acordar a nossa mãe. Ela não entendeu direito e levantou assustada. Eu peguei o telefone e todos nós fomos para a sacada sem saber como agir. Depois de uns minutos que pareceram séculos, vimos os homens pulando o muro e saindo. Tivemos sorte porque a nossa porta é bem forte e pesada, então eles devem ter desistido. Ligamos para a polícia, esperamos… mas ninguém veio até a nossa casa.
Graças a Deus estamos bem, mas de qualquer forma foi horrível. Por causa disso eu nunca mais dormi tranquila à noite. Me assusto com qualquer barulho, e às 23 hrs quando chego em casa da faculdade é pior ainda. Eu não gosto de deixar minha mãe sozinha, já que (tirando minha irmã que está casada), somos só eu, ela, e meu irmão. E mês que vem ele passará a morar fora por alguns meses, aí quero ver como faremos.
Alguns podem achar boba essa minha insegurança, sei que minha mãe já é grande. Mas é família, e é minha mãe. E não sei vocês, mas eu me sinto muito mais segura com uma presença masculina ao lado. Sem ele para estar conosco vai ser complicado.

Pois bem, possuo todos estes medos que descrevi aqui. Ainda estou tentando encontrar uma forma de passar por cima deles. Com exceção desse último, acho que posso trabalhar bastante para superar os outros. Como vocês conseguem? Às vezes eu me acho a pessoa mais insegura do mundo.

Priih

Priscila Cardoso (프리실라 카르도스), ou apenas Priih. 29. Inconstante em muitos níveis e intensa igualmente. Escreve incontroladamente sobre tudo e tagarela sobre a Coreia desde 2008. Descobre novas paixões a cada dia e não dispensa livros, música e uma boa caneca de café.
  • Talita Korb

    Prih, confesso que eu mesma fiquei espantada com o que você escreveu. Eu ia ficar sem ação no seu lugar oO porque quando eu fico muito nervosa ou com medo, eu não consigo ter reação nenhuma.

    Teve uma vez que era de noite, e fui na frente da minha casa levar meu cachorro para ele fazer suas necessidades. Eu estava em cima de um gramado, do lado da rua. Vinha um homem na minha direção, e esse gramado dava para uma escadinha de uma casa. Só que o homem estava na rua, e ele inventa de pisar no gramado bem onde eu estava, do meu lado. E ele disse OI!!

    Eu fiquei tão sem reação que não consegui nem responder. Pelo certo eu deveria ter corrido, mas não consegui. Fiquei apenas parada, perplexa, sem ação. E quando ele viu minha cara de pânico, ele disse “calma, moça, eu moro aqui”. comecei a rir de nervosa na hora, e quando cheguei em casa com o cachorro eu desabei chorando e tremendo, porque mesmo nao ter dado nada, eu fiquei muito nervosa!

    Hoje sou mais tranquila. Em relação a futuro e tals eu não me preocupo nem fico com medo, meu último post até fala disso. Eu só não confio muito no ser humano mesmo… mas sei que Deus me guarda em todo momento ^^

    Beijo ;*

    4 de agosto de 2011 at 17:06 Responder
  • Lys

    Priih!!! Tava sumida, menina! (Ou eu estava sumida também, não sei, rs)
    Eu também sou uma medrosa assumida. Eu tenho medo de tanta coisa e o pior é que eu me deixo prender pelos meus medos, é uma meleca isso =/
    Nossa, fiquei muito tensa com essa situação que você contou. Ainda bem que não aconteceu nada. Eu também fico super preocupada com meus pais e meus irmãos, por mais que eles já saibam se cuidar e eu não vá fazer diferença nenhuma caso acontece alguma coisa assim.
    Tomara que a gente consiga superar nossos medos!
    Beijo!

    1 de agosto de 2011 at 16:25 Responder
  • Endry

    Priih, sou medrosa por demais! Medo de muitas coisas. Sabe, tive de lidar com eles, pois percebi que a vida não podia parar por isso (não poderia deixar de frequentar a faculdade ou o trabalho por isso, por exempo). Passar por uma situação como essa não é nada fácil, queria Deus que nunca mais aconteça!, e acredito que o fato de tu estar compartilhando, desabafando, ouvindo opiniões, transforma este medo, ameniza, dá uma nova visão. Espero que fique bem, viu?!

    Beijinhos, ótima sexta!

    29 de julho de 2011 at 5:21 Responder
  • Francyelly Moura

    Oi Priih! Me identifiquei bastante com seu post <3 Tô seguindo aqui e no twitter (@mourafran).
    Bom, eu tenho quase os mesmos medos que você, como: “de não conseguir enfrentar os outros; de não saber me impor e falar a minha real opinião sobre algo; de envelhecer e ficar sozinha; de não conseguir me formar; de não conseguir ser boa o suficiente na minha profissão; de desistir dos meus objetivos;”… De verdade! Bom, sou muito tímida e isso me atrapalha muito, principalmente, na universidade e num projeto de lá que eu participo. Às vezes, eu sei o que falar, me calo pelo medo e alguém vai e fala aquilo que eu sabia e leva a melhor =/ Também as vezes quando me perguntam, me intimidam… e por isso algumas vezes penso em desistir. Mas, não…vou em frente. Nossa, isso pelo qual você passou é muito triste. Força tá, amiga?! Sobre o meu medo de ficar sozinha se deve ao fato de eu ter 19 anos e nunca ter um namorado sério…só ficantes. Será que ninguém nunca vai se interessar por mim pra valer? Eu também me privo de muitas coisas por medo de deixar minha mãe sozinha… Também sei que ela é adulta, mas ela já sofreu muito na vida dela, inclusive pra mim criar sendo mãe solteira, e eu me sinto culpada de alguma forma…muito do que ela passou ela não passaria se não tivesse me tido…
    Ah, a foto do perfil tá linda!
    Bem, desculpa o desabafo e confesso que chorei enquanto comentava (tem coisas que é mais fácil falar com alguém estranho).
    Queria muito ser sua amiga! Mesmo…

    beijão!

    29 de julho de 2011 at 2:11 Responder
  • mari ebert

    Cara, q pessima essa situação! Nunca fui assaltada, mas imagino como deve ser o medo… Cara, pelo menos agora ja passou, nao eh?

    O medo pode fazer bem em algumas situações da vida. As vezes e ele que nos move.

    Adorei o blog, bjão!

    27 de julho de 2011 at 14:42 Responder
  • Luiza

    Eu moro em apartamento com porteiro então esse tipo de assalto é uma coisa mais rara. Agora, sei bem como é essa insegurança, medo de aconteça algo de ruim com quem amamos. Acho que faz parte da vida moderna e não há muito o que se fazer sobre isso.
    bjs!

    26 de julho de 2011 at 23:33 Responder
  • Maíra

    Ah, quem sabe um dia vc faz ;) ah, deveria ficar lindo a tatto que vc escolheu ;D Ai, com certeza, amo meus livros bunitinhos ;)

    nossa Pri, quando eu comecei a ler, eu me vi em vc, sou igualzinha a você, quando se desrespeito a medo, sou insegura demais e meu medo sempre é de perder alguém que amo, de ficar sozinha, de achar que os outros são melhores que eu… Fiz tratamento com psicóloga durante um ano, ela me ajudou a ter controle nessas situações quando eu queria chorar horas e horas, não sei se vc acredita, mas ela me ajudou bastante, e acho que se vc procurar, talvez ajude tb, insegurança é muito ruim, minha mae vive falando isso e eu to vivendo na pele ;x meu conselho e uma dica, procure alguém que já foi insegura e pergunte como conseguiu superar isso… é bom conversar com pessoas que já vivenciaram o que vc está passando.

    nossa, que loucura, eu morreria de medo ;x eu moro em apartamento e me sinto segura, mas já teve duas vezes que ladrões entraram lá, como são muitos apartamentos, eu não fui sorteada ;x UFA ;x
    olha, eu tb me sinto segura com um homem do lado, mas quando o seu irmao for pra França, tente manter todas as portas fechadas e o telefone por perto ;x
    se cuida, boa terça-feira ;D
    beijos:*

    26 de julho de 2011 at 15:53 Responder
  • Pixiie

    Nossa, não é bobo não, você tem toda razão de ter essa insegurança.
    No meu caso, não foi tão grave.
    A vizinhança não era bem frequentada antigamente. O velhinho da casa ao lado a alugava a qualquer pessoa. Tínhamos um vizinho que era quieto, na dele, nunca nos deu um bom dia sequer.
    Depois de um tempo, ele saltou nosso muro no meio da madrugada e começou a esmurrar nossa porta, dizendo que queriam matá-lo. A gente ficou paralisado, até que minha mãe foi conversar com ele, por meio de gritos entre a porta. Disse que não podia abrir, não podia colocar nossa vida em risco. Mas ele não foi agressivo, disse que entendia e pediu para minha mãe ligar para a polícia.
    Esse cara era um traficantezinho iniciante, e tempo depois foi morto em outro estado.
    Apesar disso, nunca passei por nenhuma situação que pudesse me traumatizar, mas tenho muito medo também, é uma sensação de insegurança, de desproteção.
    Eu entendo você, mas se você perceber que isso te atrapalha procure ajuda.

    Beijo.

    26 de julho de 2011 at 2:45 Responder
  • Paty

    Pri, sinto muito msmo que vc e aqueles quevc ama tenham passado por essa situação.
    acho que na vida infelizmente stamos suceptiveis a situações filha da puta como essa. e infelizmente acho que a marca fica, não passa nós aprendemos a lidar com isso, a continuar nossas vidas e nos protegemos mais.

    nunca se sinta fraca por ter medos, ou por ter duvidas. tais sentimentos são importantes pra nos fazer crescer e valorizar a nossa vida, e seus momentos felizes.

    beeijos, pri!

    26 de julho de 2011 at 1:12 Responder
  • Gesiane

    Na medida certo, o medo faz até bem! ^^

    Eu tb morro de medo de perder quem eu amo! Acho que é meu maior medo!

    25 de julho de 2011 at 14:12 Responder
  • Carol

    Oi Pri
    Acho dificil não se sentir isnegura diante do ocorrido. E o pior, a polícia não apareceu o que dá a sensação de desproteção total.
    Eu tenho medo de muitas coisas também, alguns medos são irracionais (medo de avião, medo de fracassar, medo de pombo) mas há outros medos que são completamente compreensíveis.
    Essa insegurança que está te maltratando por exemplo é super “normal”, afinal o que aconteceu (como os homens tentando arrombar a porta da sua casa) foi sério e tenso demais. O trauma fica.
    E ainda que seu irmão não fosse viajar acho que seria legal se você procurasse instalar algum tipo de sistema de segurança, um alarme ou até mesmo pagar um segurança de rua.
    Não sei como é na sua cidade, no seu bairro mas aqui em BH existem programas de proteção / segurança como a “vizinhança solidária” que atuam em parceria com a policia militar, além disso há empresas de segurança de rua cujo custo é rateado pelos moradores. Além disso há os outros aparelhos de segurança, cercas elétricas, etc.
    Afora isso a dica que eu deixo, não só para esse medo específico mas principalmente aos demais, é não permitir que esse medo te congele, te paralise. Tente, aos poucos, enfrenta-lo.
    Eu tenho (tinha) um pavor de voar de avião. Sempre viajei de avião desde bem pequena, mas depois de vivenciar uma turbulencia que jogou a tripulação no chão da aeronava fiquei com muito medo de voar. No inicio desse ano enfrentei o medo, me preparei psicologicamente para voar, e fiz um voo de 2 horas sozinha. AInda tneho medo mas acho que aos poucos sou capaz de controlar.
    Espero que você supere seus medos (que no fundo não são tão ruins afinal são nosso alerta natural) e que saiba conviver com eles sem se deixar dominar.
    Felicidades pra você!
    Beijos

    25 de julho de 2011 at 1:20 Responder
  • Loma Sernaiotto

    Somos duas pessoas mais inseguras do mundo! Graças a Deus nunca invadiram – ou tentaram invadir – a minha casa. Mas tenho um medo tremendo disso. De pessoas. E de armas.
    Sou bem medrosa com tudo. Já fiz até um post sobre isso, antes de andar de avião pela primeirza vez. Mas acho que a melhor forma de enfrentar nossos medos é enfrentando mesmo. Andei de avião, continuo temerosa, mas sei que é tranquilo.
    A gente aprende com os medos também… reforçou a segurança da sua casa? um alarme, algo do genero? Eu faria isso.. >.< Mas não adianta também nos excluirmos da sociedade com medo de sair na rua por causa dos medos.
    Eu já fiz isso. Síndrome do pânico. Acabei de me recuperar de uma.. e não é legal. =(

    Boa sorte na luta contra o medo. Ele pode ser grande, mas nossa fé tem que ser maior. Perdão pelo comentário imenso, me identifiquei demais! <333

    25 de julho de 2011 at 0:55 Responder

Responder paraPost a Reply to Luiza Cancelar resposta