Já li vários posts sobre a crise dos 20 anos, dos 25 – e com certeza deve haver inúmeros outros para as demais faixas etárias seguindo esse mesmo tema. Me identifiquei com bastante coisa, já outras, digamos que nem tanto. Então me lembrei que cada um de nós tem a sua história de vida. Suas particularidades, seus porquês, seus poréns. E seguindo essa linha de pensamento decidi compartilhar o que aprendi nesses loucos e conturbados – mas nem por isso, ruins – 25 anos da minha vida.
i. Aprendi que não se deve subestimar uma criança que lê. Num belo dia, com 6 anos de idade, eu, que estava no início do que antigamente chamavam de “prézinho” (que sucede o jardim de infância), levantei da minha cadeirinha e disse para a minha professora que queria ser passada para a primeira série. Ela então chamou minha mãe na escola, e pediu que a supervisora fizesse um teste comigo, que consistia em soletrar o alfabeto e ler algo. Para a surpresa dela (e não tanto da minha mãe), eu passei no teste e no dia seguinte estava com um sorriso radiante, na classe da 1ª série.
ii. Aprendi que tudo bem mudar de opinião, desde que seja uma mudança positiva. Tempos atrás, achei um caderno meu de Ciências, da 5ª série, e a pergunta de um exercício me chamou a atenção: “Você acha possível a formação de família entre pessoas do mesmo sexo?” e minha resposta: “Não, só homem e mulher”. Sim, naquela época já havia perguntas desse tipo, e nas escolas (!). Mas eu tinha 10 anos e não sabia nada da vida ou do ser humano como pessoa. Só sabia o que eu tinha que estudar pra tirar uma nota alta na prova. Ah, se fosse hoje… escreveria que família é a gente que faz, a gente que escolhe. Ponto.
iii. Aprendi que não ter o amor de um pai te faz valorizar muito mais cada mínimo (porém imenso) ato de amor da sua mãe. Felizes são os que tem a chance de ter um pai de verdade, isso é fato. Mas mais felizes – e abençoados – ainda, são os que tem a chance de ter uma mãe que desempenha o papel de mãe e pai ao mesmo tempo, e que nem que você quisesse poderia reclamar um A dela, pois tudo que ela fez foi pensando em você. Sem dúvida, alguém que dedicou a sua vida para te criar e proteger, e que até hoje se preocupa se você se alimentou bem ou não, merece toda a compreensão do mundo ♥.
iv. Aprendi que sempre haverá alguém pra te criticar, mesmo sem você ter feito nada, ou simplesmente por querer se encaixar. Quando eu era pequena e fazia catequese, nossa sala não tinha muita gente. Nos intervalos, quando eu ia sentar do lado de fora da igreja junto com as outras pessoas, havia um menino que sempre me dizia “sai daqui guria, ninguém te quer, xô”. Algumas garotas ao ouvir isso riam baixinho, como forma de apoio a ele. Hoje em dia isso seria bullying. Na época foi só um fato que me deixava triste e que me marcou. Antes do término da catequese fui convidada pelo meu catequista para participar de um concurso da igreja. Acabou que fui uma das ~princesas~ escolhidas. Tenho a faixa até hoje. Então ninguém “me quer”, né?
v. Aprendi que não era amor aos 16, nem aos 18, e tampouco aos 20. Eram experiências pra me preparar para o amor. Algumas meninas quando mais novas, pensam que irão se casar com o primeiro “amor da vida delas”. Tirando raras exceções, não vão. E o mundo também não vai acabar porque não deu certo. Toda a choradeira e fase emo em que passei na minha aborrescência, parecem um cenário digno de risadas agora. Mas a verdade é que cada erro da minha ingenuidade adolescente, me fez crescer mais esperta. A parte ruim é que sofrimento de verdade, é o que você vivencia depois, quando já adquiriu experiência. A boa é que nós, mulheres, nos recuperamos mais rápido.
vi. Aprendi que não adianta você ouvir o que considera “grandes cantores” ou “grandes grupos”, se você não respeita o gosto alheio. Isso só te torna patético. Eu gosto de muita coisa. Já tive minha fase rockeira, minha fase emocore, minha fase hiphop (com direito a calça larga e raiz no cabelo), e estacionei na música coreana. “Nossa, música coreana????” Continuo gostando de tudo o que acabei de mencionar, e de muitos outros gêneros, mas tudo que envolve a música coreana me encanta. Já cansei de ouvir questionamentos, tiração de sarro e outras n coisas sobre isso. Seja feliz com seu gosto antigo refinado, que eu sou feliz com o meu. Aliás, esse blog frequentemente aborda k-pop. Algum problema? Espero que supere, ou foi bom te ver por aqui.
vii. Aprendi que amigos são a família que você escolheu, e que você deve respeitar as particularidades de cada um. Amizade é uma coisa engraçada. Tenho amigos para os quais eu conto tudo. Tenho amigos para os quais eu não conto muita coisa, mas que são tão importantes quanto. Com o tempo a gente aprende a lidar com o jeito de cada um, e então entende que, mesmo não estando presente, demonstrar estar presente de alguma forma, é essencial. Seja através de uma mensagem, um elogio, ou um singelo sinal. O importante é aceitar o outro com sua personalidade e tudo que vem dentro, e aprender a relevar os erros – pois se essa pessoa já colocou um sorriso no seu rosto e te apoiou, ela vale a pena.
viii. Aprendi que quando algo que você gosta está em jogo, desistir não é uma opção. Era uma vez uma garota que decidiu aplicar no seu tema de TCC uma de suas paixões: a cultura e a música coreana. Ela se esforçou e recebeu apoio de muita gente, mas as coisas se complicaram no último ano e ela acabou não conseguindo entregar o TCC. Porém ela não desistiu, e no ano seguinte voltou com força total, continuou com o tema, melhorou o projeto, apresentou e passou lindamente com um 9,2. Chorou logo em seguida que saiu da sala, após ouvir que tinha sido aprovada. Prazer, eu. E me orgulho muito do meu projeto. Aliás, são esses momentos que compensam lutar pelo que queremos.
ix. Aprendi que eu não mereço nada menos do que ser respeitada – e que se um cara não entende isso, é porque no seu íntimo ele ainda não é um homem, mas sim um moleque. Há dois tipos de caras: os que são até bacanas, mas não tem maturidade suficiente pra merecer uma garota – esses não tem ideia do que significam as palavras consideração, respeito mútuo e tampouco, reciprocidade -, por conta disso exigem mudanças drásticas de caráter, mas não perca tempo tentando mudá-los, valorize-se e caia fora. Já o outro cara simplesmente tem atitude, e não é do tipo que acha que a grama do vizinho é mais verde, por isso valoriza a pessoa que tem ao lado. Não mude quem você é por nenhum deles.
x. Aprendi que crescer dói, mas vale a pena. E que eu sou a razão da minha felicidade. Já fiz muita burrada (continuo fazendo), já segui caminhos duvidosos, já fui egoísta e também já errei com pessoas que amo. Mas a verdade é que antes de acertar, precisamos cometer inúmeros erros, para então aprender com cada um deles e aplicar os resultados em nossas escolhas. Dói muito se decepcionar, e dói mais ainda decepcionar quem consideramos. Porém tudo isso faz parte do nosso crescimento, da nossa evolução como ser humano. Então eu aprendi que, para tornar-se alguém melhor, é preciso assumir riscos e ir em busca da nossa felicidade com os nossos próprios pés. Leve o tempo que for, custe o que custar.
Clay
” Aprendi que eu não mereço nada menos do que ser respeitada” e sim é o melhor aprendizado de todos
KARINE
Que post mais lindo!
Tb tenho 25 e me vi em muito do que você escreveu, principalmente sobre não ter a opção de desistir de algo que a gente gosta, porque a vida é cheia de altos e baixos, dificuldades, e a gente precisa aprender a passar por cima delas, pra fazer tudo valer a pena. <3
priih
Obrigada, Karine! O difícil é aprender a lidar com as dificuldades, mas isso a gente acaba aprendendo com o tempo, por bem ou por mal, né? Que bom que se identificou com algumas coisas <3
Beijos,
Priih.
Ray Menezes
Que post lindo, Priscila. Me identifiquei com bastante coisa, de verdade. Sobre o TCC, que deve ter sido uma cruzada, sei bem como é isso e é bom demais quando você tem seu trabalho reconhecido (e aprovado). E achei lindo o que você escreveu sobre a sua mãe *-*
pausa: VOCÊ É FÃ DO BIGBANG??????? VEM AQUI ME DAR UM ABRAÇO, MULHER, TÔ EMOCIONADA <3
sim, eu sou muito VIP. muito kpopper. muito dorameira. muito essas coisa tudo e estou muito feliz em encontrar alguém na blogosfera que compartilha desses sentimentos. aaaaaa *suspira* kkkkkajslkajksljlas
Beijão!
priih
Que bom que você se identificou com o post, fico feliz! EITA, você também é fã do BIGBANG?? Eles são meu grupo favorito no mundo inteiro, hahaha <3 Então acho que você vai curtir o meu último post! Muito bom conhecer outra blogueira que é fã de k-pop, e mais ainda, que é V.I.P! *abraça* <3
Beijos,
Priih.
Taís
Post muito lindo, Priscila! Fui concordando com muita coisa conforme fui lendo e coisas que também fui aprendendo ao longo dessa vida. É muito legal a gente olhar pra trás e ver que mudamos pra melhor, que como um dos itens fala ‘tudo bem mudar de opiniao, desde que seja uma mudança positiva’ e isso é viver, né? A gente não sabe de tudo sobre a vida quando somos mais novos e acho que nem vamos saber um dia, mas é muito importante a gente tá sempre mudando de uma forma positiva. E que venham muitos mais aprendizados!
:)
priih
Yay, obrigada! Quando eu tive a ideia desse post, não sabia ao certo o que realmente iria escrever, mas conforme as palavras foram saindo e eu lembrando de certos acontecimentos, me impressionei em como mudei.
Acho que uma reflexão é sempre algo positivo de se fazer! Obrigada pelo comentário lindo <3
Beijos,
Priih.
Clara Vasques
Aiiiii que coisa mais linda <3 . É bom vermos o quanto evoluímos e aprendemos ao longo dos anos né?
Você aprendeu muita coisa importante ao longo dos anos e ainda vai aprender muito mais!
Esse ano fiz 20 e tive uma pequena crise hahahaha. Quis fazer um post parecido com esse mas achei que não era a hora, ainda preciso melhorar um pouco mais. Quem sabe com 25 né? Hahahaha.
Beijos!
Clara Vasques
Obs: MUITOO lindo o que você escreveu sobre sua mãe <3
priih
Sobre ter crises: quem nunca, né? hahaha
Espero que quando você fizer o seu post assim, extraia muitas coisas boas do que você já passou!
Beijos,
Priih.
Thay
Que post lindo, Priscila! Repleto de delicadeza e pensamentos bonitos, é sempre legal quando a gente consegue parar e analisar um pouquinho o que aprendeu com o passar das idades. Envelhecer tem disso, nos tornamos um pouquinho mais parte do mundo. Felicidades! <3
priih
Obrigada, Thay! E que bom que você gostou do post. Fazer essa reflexão me ajudou muito.
Beijos,
Priih <3
Édypo
Ai Prih!!!!! Primeiro de tudo, Feliz Aniversário (mega atrasado por sinal), lhe desejo tudo de bom, que você esse ano realize seus desejos e que seja feliz e que nos conte tudo aqui no blog viu!? ❤
Agora sim, que texto maravilhoso, meu Deus, esse é aquele texto que você quando estiver se sentindo triste ou que fez algo errado, você ler pra se sentir bem. Ainda não cheguei nos meus 25 e pra ser sincero acho que nem entrei na fase adulta, mas já passei por muitas coisas assim e lendo esse texto voltei pra vários momentos desses meus 21 anos de idade e só tenho a concordar com tudo que você escreveu aqui.
Você é uma pessoa incrível dona Priscila, uma exemplo que tenho certeza que muita gente segue, inclusive euzinho aqui, pois já penso em fazer meu tcc sobre música coreana e não estou nem ai pra quem não gostar, hahaha.
Sobre não conviver com pai, também passo pela mesma, meu pai saiu de casa quando eu tinha 8 meses de idade e não voltou mais, minha mãe teve que se virar pra cuidar de um bebê e trabalhar, mas graças a Deus ela não estava só, minha avó e minha tia cuidavam de mim enquanto ela estava trabalhando, quando eu paro pra pensar nessas coisas me dá um aperto no peito, pois penso em como deve ter sido difícil pra minha mãe, eu só a via na sexta-feira a noite e por poucas horas, quando ela voltava do trabalho e passava na casa da minha avó, lembro que quando ela ia embora eu ficava no portão chorando e pedindo pra ela voltar, naquela época eu já tinha uns 8 anos, mas até hoje isso ainda me marca muito, mas hoje estamos aqui mais unidos do que nunca e sem precisar de uma ajuda mínima sequer do meu pai.
Eita Prih, deveria por um [Alerta Textão] no início do comentário, to aqui enchendo você com minhas histórias, hahaha.
Mas obrigado pelos seus posts, eu gosto muito desse Blog, lhe dou todo o apoio que precisar pra continuar com ele e plmdds nunca nos deixe, eu de vez enquanto sumo, mas não viu, to acompanhando você nem que seja no instagram hasuahsa
Beijos Prih, sua linda ❤
Édypo
Meu Deus, ficou textão mesmo :O
priih
Que comentário mais lindo, hahaha <3 Sobre isso de ainda não ter entrado na fase adulta, também tenho a mesma sensação comigo. Acho que serei uma eterna criança! E não abro mão de ser assim por nada. Basta saber (ou tentar) lidar com as responsabilidades, que não tem problema nenhum em continuar estimulando o seu lado infantil. Eu amo <3
Nossa, fiquei muito feliz em saber que você quer fazer seu TCC sobre música coreana!!! Quero saber de tudo, quero ver, conte-me mais quando puder, ok?!
Não sabia sobre essa história do seu pai. Então acho que apesar de passados com caminhos um pouco diferentes, temos a mesma moral final no que diz respeito a uma figura paterna: valorizar a nossa mãe. A minha também nunca precisou da ajuda do meu pai. Elas são motivo de orgulho, né?
Eu que agradeço por esse comentário maravilhoso, pode deixar que não vou desistir do blog, não. E não suma, por favor!
Beijos, Mi lindo <3
Camila Faria
Que post cheio de sabedoria e de coisas bonitas Priscila. É impressionante como a gente vai mudando ~ para melhor! ~ conforme vamos amadurecendo, né? E a tendência é melhorar cada vez mais, viu? (ao contrário das previsões pessimistas)
priih
Sim, com todos os erros e aprendizados, a tendência é só se aperfeiçoar e melhorar (ainda bem!).
Obrigada, e que bom que curtiu a minha reflexão! <3
Beijos,
Priih.
Beatriz Cavalcante
Eu adoro ler esse tipo de post porque é sempre inspirador aprender que algumas coisas acontece com todo mundo e não só com a gente. Que as coisas mudam e muitas vezes é para melhor e que todo ano a gente vai aprendendo coisas novas. Geralmente eu fico me auto criticando muito, as vezes acho que estou estacionada enquanto que as outras pessoas estão muito mais a frente mas com esse post eu vi que nunca é tarde para mudar e para as coisas acontecerem. Também achei muito bonito o que você disse sobre sua mãe. Admiro mães que são pais também e dão conta do recado. <333
Beijos!
priih
Eu também sou dessas que se auto critica MUITO, mas tenho aprendido a melhorar isso. Por vezes me acho inferior, mas a verdade é que ninguém é melhor que ninguém e cada um sabe do seu próprio esforço. O importante é você fazer o possível para estar bem consigo mesma! Fico feliz que o post te ajudou a ver um outro lado <3
Beijos,
Priih.
Daielyn
Lindo o texto pri, me emocionei muito quando falou de sua mãe <3
Muito legal fazer essa reflexão sobre seus 25 anos, achei bem inspirador :`) (logo sou eu! ;-;)
com certeza ao longo desses anos esses eventos que nos marcam e lembramos até hoje são formadores de caráter, mesmo lembrar as coisas que hoje você não faria… como sobre o caso do "o que é família?".
Ultimamente tenho me informado sobre todo o tipo de diversidade, preconceito, sexismo, conflitos etc. E com certeza a cada dia descobrindo a importância da empatia com o próximo :)
Pena que certas coisas que nos machucam (no amor ou nas amizades), mesmo vendo mil exemplos por aí, a gente é boba e só vivendo na pele e tomando aquela rasteira pra aprender, mas é assim que a gente cresce né.
Que esse texto tenha te ajudado a botar pra fora qualquer cosia que estivesse entalada na garganta, com certeza serve pra outras pessoas refletirem também <3
beijocas da Ni
priih
Obrigada Ni! Ainda bem que a gente tem 20 e poucos com carinha de 18, né? hahaha <3
E fazer essa reflexão me ajudou a colocar muita coisa pra fora, sim. Que bom que gostou!
Beijos,
Priih